O
turismo é uma indústria limpa e desejada por qualquer governo, por
movimentar a economia do entretenimento e serviços como nehuma outra é
capaz de fazer. O Pará, um estado pujante, de localização privilegiada, com grande parte da exuberante floresta Amazônica,
campos de natureza, cerrado e região costeira, dono de um rica história
do período colonial, possuidor de inigualável diversidade étnica e de
uma rica culinária, não valoriza essas marcas e nem cria condições para
atrair turistas.
Em Salvador, onde o turismo já é forte, os governos sempre querem mais e mais turistas, por um tempo de permanência cada vez
maior. Estive lá recentemente, onde participei da cerimônia de
assinatura do termo de comodato entre a família de Jorge Amado e Zélia
Gattai e a Prefeitura. Os familiares dos escritores estão entregando a
casa da Rua Alagoinhas, 33, no bairro do Rio Vermelho, para que o
Memorial Casa do Rio Vermelho seja construído com o acervo dos baianos
famosos. ACM Neto, no ato da assinatura, destacou que o objetivo da
Prefeitura era dar motivo ao turista para ficar um dia a mais em
Salvador.
A
Casa onde moraram Jorge Amado e Zélia Gattai é bonita e o acervo tem
grande valor para a cultura nacional. Todavia no Pará temos, da mesma
forma, escritores renomados, com grande acervos, além disso temos
atrativos ímpares, iniguláveis, todos dentro de uma moldura exuberante
construído pela natureza. A civilização europeia ocupou a América do Sul
entrando pela Amazônia. Isto é potencialmente um diferencial.
Certa vez, visitando a exposição “Homem das Américas”, na sede do Centro Cultural
do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, deparei-me com peças de
artesanatos tapajônicos classificadas como as mais antigas peças
fabricadas pelo homem no continente.
O
ex-deputado Gabriel Guerreiro, recentemente falecido, era dono de uma
tese que a Amazônia foi habitada por uma civilização muito antiga, que
ocupou as várzeas do Grande Rio e
ali deixou muitos vestígios que merecem ser pesquisados, catalogados e
expostos também como produtos turísticos, além de objetos científicos.
Demorei-me um pouco na Bahia, e lá, conversando com
intelectuais sobre a Amazônia, fui surpreendido com a pergunta sobre os
americanos que migraram para Santarém depois da Guerra de Secessão.
Respondi que não conhecia bem a história, mas falei com entusiasmo de
Fordlândia e vi que todos se interessaram e ainda alongaram a conversa
sobre Jari e Daniel Ludwig.
Fordlândia
e Jari podem se transformar em atrativos para pessoas interessadas na
história desses dois homens visionários. Associar a região à história da indústria
automobilística, creio que atrairia americanos, que terão a
oportunidade de conhecer a exuberância da região e tomar banho nas
deliciosas praias do Caribe Brasileiro.
O
Pará tem marcas fortes e uma ínfima política de turismo. Os números de
pessoas que escolhem nosso estado para passar férias, passear,
divertir-se, conhecer história, pontos geográficos, culinária ainda é
muito pequeno por falta de investimentos na infraestrutura para
recebê-los. Basta ver que 28% de todos os turistas do mundo viajam pelos
seguintes motivos: natureza, ecoturismo e aventura.
José Carlos Lima é advogado, consultor ambiental, presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB Pará e presidente estadual do PV.
zecarlosdopv@gmail.com
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