
Por Rodrigo Constantino
A prudência recomenda não escrever – ou 
ao menos não publicar nada com o fígado, pois o tom pode ultrapassar os 
decibéis aceitáveis para quem tem responsabilidade como formador de 
opinião. Agitar as massas, incitar o ódio, mobilizar a militância são 
papeis que deixo aos outros, pois não combinam com minha personalidade.
Por isso mesmo, diante da decisão 
vergonhosa do STF nesta quinta, ao adiar a decisão sobre o habeas corpus
 de Lula e, enquanto isso, conceder limitar (salvo-conduto) que o 
protege da prisão até lá, com retorno de julgamento marcado para o dia 4
 de abril, tentarei segurar a onda, sem, contudo, deixar de expressar 
minha revolta. Que, estou certo, é também a de milhões de brasileiros.
A primeira constatação possível é aquela
 que já virou meu bordão: o Brasil cansa! E como cansa! Nunca antes na 
história deste país se viu tanto verniz legal e retórica empolada para 
defender bandido e impunidade! Foi um show de horrores, um teatro 
medonho, um espetáculo assustador.
Ver o ministro Ricardo Lewandovski, por 
exemplo, explicando que quer ser “generoso” com marginais foi de lascar!
 Quantos votos extras o STF conseguiu hoje para Bolsonaro? Vendo o STF 
ao vivo dando uma de advogado de bandido rico e poderoso (no caso, 
Lula), perguntei-me aquilo que está engasgado na garganta de milhões de 
brasileiros: é mais absurdo pregar a “intervenção militar” ou alegar, 
como fazem alguns, que “as instituições republicanas brasileiras estão 
funcionando bem”?
Que piada! Um advogado de 
bandido disfarçado de ministro do STF chegou a dizer que a imensa 
quantidade de habeas corpus concedida pelo tribunal pode ser sinal de 
que os juízes das instâncias inferiores erram muito, no que Luiz Fux, 
num lapso de bom senso, retrucou algo assim: “isso não seria muita 
arrogância? Todos erram o tempo todo e só o STF está certo sempre?” 
Talvez seja o caso de concluir o contrário: só o STF está ERRADO! É a 
instância preferida dos bandidos de colarinho branco, afinal, dos que 
têm “foro privilegiado”. Por que será?
Só o fato de Dias Toffoli estar ali é um
 escárnio com o brasileiro. Toffoli deveria calar a boca. Sequer poderia
 estar julgando qualquer coisa ligada ao seu ex-cliente Lula. É uma 
vergonha! Lewandowski, amigo da família do ex-presidente, é outro que 
não tinha a menor condição moral de julgar, e deveria ter se ausentado 
por conflito de interesses. Mas seria cobrar uma atitude republicana 
demais de figuras tão pequenas, seres liliputianos num papel de gigantes, ícones de uma legítima República das Bananas!
O “paciente” Lula está impaciente e não 
pode aguardar o fim do julgamento do mérito. Portanto, concede-se 
liminar para o “paciente” que não pode esperar. Melhor avisar isso a 
todos os que estão presos aguardando conclusão de julgamento no país. 
Lula está, sim, ACIMA DAS LEIS, e isso ficou claro hoje. Na “República” 
brasileira, uns são mais iguais do que os outros. A elite vermelha pode 
mais, minha gente!
Sergio Moro deve estar arrependido de 
não ter usado sua prerrogativa legal para prender o bandido “Nine 
Fingers” antes, uma vez que Lula claramente ameaçou a ordem com 
promessas de reação, insinuando até uma guerra civil por meio de seus 
aliados de quadrilha, destruindo provas, além do risco de fuga, como 
chegou a aventar abertamente ao falar, em tom de “brincadeira”, do 
Uruguai. Moro deixou na mão do STF, deu nisso. Ele tinha o direito legal
 de trancafiar o bandido:

Marcelo Odebrecht, um dos homens mais 
ricos do Brasil, ficou preso por mais de dois anos. Eduardo Cunha, o 
“Coisa Ruim” do poderoso PMDB, está preso ainda. Sergio Cabral, também 
do PMDB, continua preso. E como eles, muitos outros. Mas Lula, o “homem 
do povo”, o “ex-operário”, parece intocável, consegue liminar exclusiva,
 um “salvo-conduto”, e segue livre apesar de já ter sido condenado em 
segunda instância. Mas os cafajestes do PT afirmam que Lula é um 
“perseguido político” do “sistema”, das “elites”.
Muitos falam que o Brasil está muito 
dividido. O país está divido mesmo, “polarizado”. Uma minoria está feliz
 hoje. São os defensores de bandidos de esquerda. A imensa maioria está 
revoltada, triste, preocupada, indignada, cansada, esgotada. Quem está 
saltitante hoje demonstra não ter caráter, não ligar para o combate à 
impunidade, dá atestado de imoralidade, pois tem “bandido preferido”.
Cristiano Carvalho, advogado liberal, desabafou: “O
 STF envergonha o Brasil! Uma decisão covarde, de interesse, nada 
republicana. Nosso futuro é confirmado como uma república de bananas. 
Lamentável! O mal venceu”. Em seguida, ele pediu para quem se 
considera satisfeito com esse resultado sair de sua rede, pois não dá 
mais para “perder tempo” com gente desse tipo. Eis aí o “clima de 
polarização”: há muita gente que não gosta de bandido – ou defensor de 
bandido!
Mas não podemos deixar essa corja 
vermelha vencer. Hoje é aquele dia em que todos os pais decentes do 
Brasil precisam ensinar a seus filhos que é preciso fazer a coisa certa,
 APESAR do governo, APESAR das leis, APESAR do STF. Não existe LEI no 
país, ao menos não para os poderosos da elite vermelha, para os 
socialistas. Só mesmo uma lei superior, divina, um dever moral que vem 
de cima, um imperativo categórico, pode salvar essas almas jovens. 
APESAR do PT…
No dia de hoje, só consigo buscar 
inspiração em Winston Churchill mesmo. Segue, para concluir esse 
desabafo, um trecho de seu discurso de 1940, extraído do livro de Ricardo Sondermann recém-lançado sobre “a ciência por trás dos discursos” do maior estadista da história:

Não vamos desistir do Brasil, apesar de vocês. Não vamos nos render, jamais!